CAMINHAR COM O
MESTRE
Grande
parte da vida de Jesus foi dedicada ao anuncio do Reino de Deus e a formação de
uma nova comunidade.
A convicção de que estava no mundo para
fazer a vontade do Pai permitiu-lhe ser reconhecido como Messias, o Cristo e
Senhor.
É Jesus quem vê e chama quem, escuta a sua
voz, atende o seu convite e permanecem no caminho, forma com o Mestre a nova e
eterna comunidade a serviço da vida e da verdade.
É ao longo da caminhada que o discípulo
descobre quem é Jesus e qual é sua missão
Segundo
o Evangelho de São Marcos, Jesus começa sua missão anunciando o advento do Reino de Deus e convidando as pessoas à
conversão e a seu seguimento (Mc 1,14-15) e esta é a vocação do Catequista,
pois a opção pelo Reino de Deus tem como primeira conseqüência à construção de
uma nova comunidade fundada no direito, na justiça e no amor, que encontra sua
formatação na Oração do Senhor e nas
Bem-Aventuranças (Mt 6,9-13; 5,1-11).
Como Jesus formatou o seu programa de Cida a partir do que ouviu e aprendeu do
Pai, seus discípulos têm na oração do Pai e nosso e nas Bem Aventuranças a meta
e o projeto que indicam o caminho da Casa do Pai.
UM MESTRE DIFERENTE
O Mestre que caminha com seus discípulos
construiu sua metodologia de trabalho na vivência da ética e da justiça que
brotam do amor à vida e ao projeto do Pai até as últimas conseqüências.
Jesus tem uma sensibilidade incrível, é
capaz de dar graças ao Pai pelas pessoas mais simples que se abre a proposta do
Reino.
O que mais comove é que Jesus faz o caminho
inverso, na pratica os homens elogiam os grandes, a sabedoria dos abastados, os
pobres vivem na marginalidade. Jesus vem em socorro dos pobres, reconstrói a
esperança e louva a Deus por dar aos pequenos a sabedoria do Reino.
O Deus de Jesus se alegra com a mudança de
vida dos pequenos (Lc 15). Um Deus humano que se faz gente com a gente.
“Jesus
exalta a sabedoria dos simples diante do plano do Pai” sua oração evidencia que
Deus não se comove pelos inteligentes (N.P. Deus p82), contudo, Jesus que é capaz
de louvar o Pai pela sabedoria dos simples. Em dado momento quer saber dos seus
discípulos o que o povo pensa dele, como que não contente com a resposta do
povo interpretado pelos discípulos, dirige a mesma pergunta aos discípulos. “E
para vocês quem sou eu”?
Pergunta que embaraçam os seus mais íntimos
amigos; depois de certo tempo, Pedro toma a Palavra e responde. Jesus ouve, com
o coração voltado para o Pai e diz: não foi nem um ser uma que te revelou isto,
mas meu Pai.
Com simplicidade, revela de onde vem a
verdadeira sabedoria.
Já que o Pai revelou a Pedro quem é o Filho,
Jesus se sente a vontade para transmitir a Pedro a missão de articular a nova comunidade. (Mc 8,27-30)
Reconhecer quem é Jesus é uma graça dada
pelo Pai, é obra do Espírito de Deus. (Lc 10,21-22). Podemos encontrar aqui o
sentido da alegria e da oração de Jesus como ato de louvor ao Pai,
CAMINHAR COM JESUS HOJE
Discípulos é aquele que com o mestre faz
experiência de oração, de intimidade com o Pai, de caminhada ao encontro dos
irmãos pobres, marginalizados e excluídos na procura de “descer da cruz os
crucificados de hoje”. Jesus ofereceu a própria vida na certeza de que nele os
pobres tenham vida.
OS
POBRES DE ONTE
Outra experiência da comunidade
Crise ou milagre: (pessoal, comunitária,
social)?
Episódio: Cego Bartimeu. Mc 10,46-52
Ressurreição de Lázaro; Jo 11,1-44;
Encontro com a Samaritana Jo 4, 1-42;
Cego de nascença (Jo 9 8-41). Em Jesus os
pobres, Excluídos, marginalizado não encontram migalhas, mas sim a vida e são
reintegrados na família, na sociedade, na comunidade.
Assim, Jesus mostra que com ele chegou o
Reino de Deus, Nele Deus visitou seu povo e não só. Abre-se para toda
humanidade as portas para entrada no Reino da paz, da justiça e do amor..
O DEUS DE JESUS
“A palavra proclamada no interior da
comunidade é luz que ilumina e conduz os discípulos no conhecimento de Deus”
(N. P de Deus, 50) E na missão.
Jesus nos revela Deus em seu jeito de agir.
(Lc 7,16)
O Deus de Jesus é bom, nele se pode confiar,
mas como então entender a morte de Jesus na Cruz? Teria Deus abandonado Jesus?
Não, Jesus morre como Filho de Deus e confiando em um Deus que é Pai e quer
que em tudo seja feita a vontade do Pai e mais entrega seu espírito nas mãos de
Deus. Jesus expressa sua total confiança no Pai.
No diálogo intimo com o Pai, Jesus encontra
energia para oferecer a vida pelos irmãos.
Em Jesus, Deus rompe o silêncio, visita e
fala pessoalmente com seu povo, tal deve ser nossa fé e nosso Jeito de ser no
seguimento de Jesus.
Jesus é o caminho que conduz o discípulo
para casa e a comunhão com o Pai. Ele é a Palavra de Deus encarnada que da vida
ao mundo. “Jesus Cristo é aquele que fez opção radical por Deus, livre de si,
livre para o Pai, livre para existir para os outros, livre na liberdade de
amor” (57.59) morrendo dá vida ao mundo.
JESUS REZA E CONVIDA A REZAR
A oração de Jesus mostra-nos duas coisas:
Jesus se dirige a Deus como quem fala com um amigo e quem é o Deus. A oração de
Jesus nos revela a intimidade que ele tinha com Deus. O Deus de Jesus é o Pai
presente na vida e ação do Filho.
Os evangelhos nos mostram um Jesus orante.
Alguém que vive em intimidade com Deus e a oração de Jesus é uma oração ligada à
vida, seu jeito de ser e de agir, portanto nos revela o conhecimento que Jesus
tem de Deus (115-116).
Jesus confia em Deus, e com esta atitude,
ele ensina seus discípulos um modo novo de confiar em Deus.
O Deus de Jesus é Pai. E um Pai que vive em
comunhão com o Filho (Jo 10,30) de tal modo que quem encontra Jesus, encontra
um Deus que é Pai amoroso e cheio de compaixão (Jo 14, 6.9-11).
Ele reza e nos convida a rezar (Lc 22,
40-42. 46; 23, 34. 42-43). Na despedida abençoa seus amigos (Lc 24, 50-51) é
com a bênção de Jesus que os discípulos vivem a vocação que dele recebeu.
O MESTRE NA ORAÇÃO
O orante passou pela experiência da cruz,
morto, sepultado, ressuscitado revelou-se querido e aprovado pelo Pai. Toda sua
vida foi aprovada e aceita pelo Pai. Ele confiou e foi acolhido pelo Pai, como
filho amado volta à casa do Pai e a Ele conduz os seus amigos. (Lc 23,42-43).
A primeira atividade dos discípulos depois
da morte e ressurreição de Jesus foi proclamar que Deus ressuscitou Jesus e o
Fez Senhor, nesta certeza celebra a Páscoa de Cristo e na páscoa de Cristo
celebra a páscoa da comunidade.
O crucificado ressuscitado se transformou em
pão da vida, pão vivo para vida do mundo. Seus discípulos são com o Espírito
Santo testemunhas da ação de Deus. (At 3,15), que em Jesus gera vida nova.
O encontro com o ressuscitado transforma os
fracos discípulos testemunhas fieis.
Deus rompeu o silêncio e fala em linguagem
humana (Lc 3,21-22; 9,34-36), na Páscoa da nova aliança o ressuscitado entra
novamente na vida humana e introduz os discípulos na vida de Deus (71) “Já não
sou eu que vivo é Cristo que vive em mim” Quem come deste pão permanece em mim
e eu nele.
“Como Cristo, a Igreja também, devia passar
pelo batismo de sofrimento, beber o cálice da dor, mas os discípulos não deviam
desanimar no momento de se separar do Mestre” J.M de Nazaré (247)
A FÉ CRISTÃ
“Os cristãos crêem em Jesus ressuscitado,
crêem em Jesus por causa de Deus e crêem Deus por causa de Jesus”.
A fé cristã em Deus é fé na ressurreição é a
fé no Deus daqueles que estão a morrer, dos sofredores e aflitos. “Ela é a
grande esperança que consola e ergue os caídos” Moltmann 73. “Crer em Cristo
ressuscitado significa se arrebatado pelo Espírito da ressurreição” 76. Uma fé
assim é o principio da libertação (81).
Ainda com o coração voltado para Deus, Jesus
percebe que Deus tem uma forma de atuar que é diferente das dos homens e isto é
para Ele objeto de apaixonada oração e de ação de graças “Eu Te louvo, o Pai,
Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e
inteligentes e as revelaste aos pequenos e simples” (Mt 11,25; Lc 10,21). Aí
Jesus conclui que o Reino de Deus chega e é acolhido pelos simples, pessoas
ignorantes, simples sem possibilidade nem futuro. (420)
ENCONTRO VIVO E VERDADEIRO COM JESUS CRISTO
O Encontro com Jesus Cristo tem como fruto a
conversão mudança de atitude. Quem encontrou ou deixou ser encontrado por Jesus
se transforma em discípulo e se põe a caminho com Ele na comunhão e na missão.
Na escola de Jesus, o catequista aprende a viver e a transmitir a fé recebida
no batismo, reforçada na escuta da Palavra de Deus e alimentada no banquete Eucarístico.
Também se aprende que a opção preferencial pelos pobres é parte integrante do
projeto libertador de Deus (DA. 398). Com Jesus aprendemos que fazer a vontade
de Deus é colocar-se a serviço dos pobres, marginalizados e excluídos,
ajudando-os a ser sujeito da história proclamando que o Reino chegou e chegou
para ficar (DA. 393) O DNC afirma que a catequese exige conversão interior e
continuo retorno a núcleo do Evangelho. Isto é ao Mistério Jesus Cristo em sua
páscoa libertadora. (DNC 33).
ESCOLA DE JESUS
Na escola de Jesus o catequista aprende a
reconhecer que Deus se revela aos simples e pequenos, descobre que conhecer Jesus
é também entrar num processo de caminhada na contramão, porém, iluminado Pelo Espírito
de Jesus, acolhe a proposta e se coloca a caminho com o Mestre.
UM NOVO ENCONTRO
O Ressuscitado reencontra seus amigos.
(Emaús) (Lc 24,13-35). A missão de Jesus não termina com a morte na cruz,
ressuscitado prossegue sua missão de educar e alimentar seus discípulos na
caminhada para casa do Pai.
Diante das dificuldades os discípulos
reencontram Jesus, mas Jesus avança para as águas mais profundas no processo de
revelação do rosto amigo do Pai. Ele avança não para se afastar de seus
discípulos, mas para dar aos discípulos maior compreensão do Mistério do Reino,
mostrando assim que o Reino chegou para os que crêem no Filho de Deus.
Na estrada de Emaús se dá o encontro, aonde
o Mestre vem ao encontro dos discípulos, escuta-os, ali exerce o ministério da
escuta, da Palavra. Acolhe o convite, entra na casa e ceia com os amigos. Deste
encontro surge nova vida, conversão e mudança de estratégia, pois a Palavra
encontrou eco no coração devolvendo os a esperança, a alegria de viver em
comunidade.
É com Ele que o catequista aprende a ler as
Escrituras à luz da realidade e a ler a realidade à luz da Revelação que da
vida ao mundo.
Na escuta da Palavra, na experiência da
caminhada e da partilha, com os olhos voltado para o mestre, que se fez amigo,
o catequista vive a vida de discípulo Missionário do Reino e nele e com ele
testemunha e anuncia Reino.
Não basta conhecer Jesus, é preciso deixar
que Ele nos encontre e nos revele sua proposta, de nossa parte cabe responder
com o coração e com vida o que Ele nos fala pelo caminho.
FRUTO DA PREGAÇÃO DE JESUS
A
Igreja é a Comunidade dos que reconhece Jesus como Filho querido de Deus, para
esta comunidade os evangelhos revelam quem é Jesus e qual é a sua missão.
A
missão da comunidade é fazer memória da pessoa e ação de Jesus.
Os
catequistas mais do que educadores na
fé, são discípulos escolhidos pelo
Mestre e destinados como comunidade que acolhe, vivem e transmite a Boa
Notícia do Reino.