sexta-feira, 31 de outubro de 2014



CAMINHAR COM O MESTRE


            Grande parte da vida de Jesus foi dedicada ao anuncio do Reino de Deus e a formação de uma nova comunidade.
A convicção de que estava no mundo para fazer a vontade do Pai permitiu-lhe ser reconhecido como Messias, o Cristo e Senhor.
É Jesus quem vê e chama quem, escuta a sua voz, atende o seu convite e permanecem no caminho, forma com o Mestre a nova e eterna comunidade a serviço da vida e da verdade.
É ao longo da caminhada que o discípulo descobre quem é Jesus e qual é sua missão
            Segundo o Evangelho de São Marcos, Jesus começa sua missão anunciando o advento do Reino de Deus e convidando as pessoas à conversão e a seu seguimento (Mc 1,14-15) e esta é a vocação do Catequista, pois a opção pelo Reino de Deus tem como primeira conseqüência à construção de uma nova comunidade fundada no direito, na justiça e no amor, que encontra sua formatação na Oração do Senhor e nas Bem-Aventuranças (Mt 6,9-13; 5,1-11). Como Jesus formatou o seu programa de Cida a partir do que ouviu e aprendeu do Pai, seus discípulos têm na oração do Pai e nosso e nas Bem Aventuranças a meta e o projeto que indicam o caminho da Casa do Pai.

UM MESTRE DIFERENTE

O Mestre que caminha com seus discípulos construiu sua metodologia de trabalho na vivência da ética e da justiça que brotam do amor à vida e ao projeto do Pai até as últimas conseqüências.
Jesus tem uma sensibilidade incrível, é capaz de dar graças ao Pai pelas pessoas mais simples que se abre a proposta do Reino.
O que mais comove é que Jesus faz o caminho inverso, na pratica os homens elogiam os grandes, a sabedoria dos abastados, os pobres vivem na marginalidade. Jesus vem em socorro dos pobres, reconstrói a esperança e louva a Deus por dar aos pequenos a sabedoria do Reino.
O Deus de Jesus se alegra com a mudança de vida dos pequenos (Lc 15). Um Deus humano que se faz gente com a gente.
            “Jesus exalta a sabedoria dos simples diante do plano do Pai” sua oração evidencia que Deus não se comove pelos inteligentes (N.P. Deus p82), contudo, Jesus que é capaz de louvar o Pai pela sabedoria dos simples. Em dado momento quer saber dos seus discípulos o que o povo pensa dele, como que não contente com a resposta do povo interpretado pelos discípulos, dirige a mesma pergunta aos discípulos. “E para vocês quem sou eu”?
Pergunta que embaraçam os seus mais íntimos amigos; depois de certo tempo, Pedro toma a Palavra e responde. Jesus ouve, com o coração voltado para o Pai e diz: não foi nem um ser uma que te revelou isto, mas meu Pai.
Com simplicidade, revela de onde vem a verdadeira sabedoria.
Já que o Pai revelou a Pedro quem é o Filho, Jesus se sente a vontade para transmitir a Pedro a missão de articular a nova comunidade. (Mc 8,27-30)
Reconhecer quem é Jesus é uma graça dada pelo Pai, é obra do Espírito de Deus. (Lc 10,21-22). Podemos encontrar aqui o sentido da alegria e da oração de Jesus como ato de louvor ao Pai,

CAMINHAR COM JESUS HOJE
Discípulos é aquele que com o mestre faz experiência de oração, de intimidade com o Pai, de caminhada ao encontro dos irmãos pobres, marginalizados e excluídos na procura de “descer da cruz os crucificados de hoje”. Jesus ofereceu a própria vida na certeza de que nele os pobres tenham vida.
OS POBRES DE ONTE
Outra experiência da comunidade
Crise ou milagre: (pessoal, comunitária, social)?
Episódio: Cego Bartimeu.  Mc 10,46-52
Ressurreição de Lázaro; Jo 11,1-44;
Encontro com a Samaritana Jo 4, 1-42;
Cego de nascença (Jo 9 8-41). Em Jesus os pobres, Excluídos, marginalizado não encontram migalhas, mas sim a vida e são reintegrados na família, na sociedade, na comunidade.
Assim, Jesus mostra que com ele chegou o Reino de Deus, Nele Deus visitou seu povo e não só. Abre-se para toda humanidade as portas para entrada no Reino da paz, da justiça e do amor.. 


O DEUS DE JESUS

“A palavra proclamada no interior da comunidade é luz que ilumina e conduz os discípulos no conhecimento de Deus” (N. P de Deus, 50) E na missão.
Jesus nos revela Deus em seu jeito de agir. (Lc 7,16)
O Deus de Jesus é bom, nele se pode confiar, mas como então entender a morte de Jesus na Cruz? Teria Deus abandonado Jesus? Não, Jesus morre como Filho de Deus e confiando em um Deus que é Pai e quer que em tudo seja feita a vontade do Pai e mais entrega seu espírito nas mãos de Deus. Jesus expressa sua total confiança no Pai.
No diálogo intimo com o Pai, Jesus encontra energia para oferecer a vida pelos irmãos.
Em Jesus, Deus rompe o silêncio, visita e fala pessoalmente com seu povo, tal deve ser nossa fé e nosso Jeito de ser no seguimento de Jesus.
Jesus é o caminho que conduz o discípulo para casa e a comunhão com o Pai. Ele é a Palavra de Deus encarnada que da vida ao mundo. “Jesus Cristo é aquele que fez opção radical por Deus, livre de si, livre para o Pai, livre para existir para os outros, livre na liberdade de amor” (57.59) morrendo dá vida ao mundo.

JESUS REZA E CONVIDA A REZAR
A oração de Jesus mostra-nos duas coisas: Jesus se dirige a Deus como quem fala com um amigo e quem é o Deus. A oração de Jesus nos revela a intimidade que ele tinha com Deus. O Deus de Jesus é o Pai presente na vida e ação do Filho.
Os evangelhos nos mostram um Jesus orante. Alguém que vive em intimidade com Deus e a oração de Jesus é uma oração ligada à vida, seu jeito de ser e de agir, portanto nos revela o conhecimento que Jesus tem de Deus (115-116).
Jesus confia em Deus, e com esta atitude, ele ensina seus discípulos um modo novo de confiar em Deus.
O Deus de Jesus é Pai. E um Pai que vive em comunhão com o Filho (Jo 10,30) de tal modo que quem encontra Jesus, encontra um Deus que é Pai amoroso e cheio de compaixão (Jo 14, 6.9-11).
Ele reza e nos convida a rezar (Lc 22, 40-42. 46; 23, 34. 42-43). Na despedida abençoa seus amigos (Lc 24, 50-51) é com a bênção de Jesus que os discípulos vivem a vocação que dele recebeu.

O MESTRE NA ORAÇÃO

O orante passou pela experiência da cruz, morto, sepultado, ressuscitado revelou-se querido e aprovado pelo Pai. Toda sua vida foi aprovada e aceita pelo Pai. Ele confiou e foi acolhido pelo Pai, como filho amado volta à casa do Pai e a Ele conduz os seus amigos. (Lc 23,42-43).
A primeira atividade dos discípulos depois da morte e ressurreição de Jesus foi proclamar que Deus ressuscitou Jesus e o Fez Senhor, nesta certeza celebra a Páscoa de Cristo e na páscoa de Cristo celebra a páscoa da comunidade.
O crucificado ressuscitado se transformou em pão da vida, pão vivo para vida do mundo. Seus discípulos são com o Espírito Santo testemunhas da ação de Deus. (At 3,15), que em Jesus gera vida nova.
O encontro com o ressuscitado transforma os fracos discípulos testemunhas fieis.
Deus rompeu o silêncio e fala em linguagem humana (Lc 3,21-22; 9,34-36), na Páscoa da nova aliança o ressuscitado entra novamente na vida humana e introduz os discípulos na vida de Deus (71) “Já não sou eu que vivo é Cristo que vive em mim” Quem come deste pão permanece em mim e eu nele.
“Como Cristo, a Igreja também, devia passar pelo batismo de sofrimento, beber o cálice da dor, mas os discípulos não deviam desanimar no momento de se separar do Mestre” J.M de Nazaré (247)
A FÉ CRISTÃ
“Os cristãos crêem em Jesus ressuscitado, crêem em Jesus por causa de Deus e crêem Deus por causa de Jesus”.
A fé cristã em Deus é fé na ressurreição é a fé no Deus daqueles que estão a morrer, dos sofredores e aflitos. “Ela é a grande esperança que consola e ergue os caídos” Moltmann 73. “Crer em Cristo ressuscitado significa se arrebatado pelo Espírito da ressurreição” 76. Uma fé assim é o principio da libertação (81).
Ainda com o coração voltado para Deus, Jesus percebe que Deus tem uma forma de atuar que é diferente das dos homens e isto é para Ele objeto de apaixonada oração e de ação de graças “Eu Te louvo, o Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequenos e simples” (Mt 11,25; Lc 10,21). Aí Jesus conclui que o Reino de Deus chega e é acolhido pelos simples, pessoas ignorantes, simples sem possibilidade nem futuro. (420)

ENCONTRO VIVO E VERDADEIRO COM JESUS CRISTO
O Encontro com Jesus Cristo tem como fruto a conversão mudança de atitude. Quem encontrou ou deixou ser encontrado por Jesus se transforma em discípulo e se põe a caminho com Ele na comunhão e na missão. Na escola de Jesus, o catequista aprende a viver e a transmitir a fé recebida no batismo, reforçada na escuta da Palavra de Deus e alimentada no banquete Eucarístico. Também se aprende que a opção preferencial pelos pobres é parte integrante do projeto libertador de Deus (DA. 398). Com Jesus aprendemos que fazer a vontade de Deus é colocar-se a serviço dos pobres, marginalizados e excluídos, ajudando-os a ser sujeito da história proclamando que o Reino chegou e chegou para ficar (DA. 393) O DNC afirma que a catequese exige conversão interior e continuo retorno a núcleo do Evangelho. Isto é ao Mistério Jesus Cristo em sua páscoa libertadora. (DNC 33).
ESCOLA DE JESUS
Na escola de Jesus o catequista aprende a reconhecer que Deus se revela aos simples e pequenos, descobre que conhecer Jesus é também entrar num processo de caminhada na contramão, porém, iluminado Pelo Espírito de Jesus, acolhe a proposta e se coloca a caminho com o Mestre.
UM NOVO ENCONTRO
O Ressuscitado reencontra seus amigos. (Emaús) (Lc 24,13-35). A missão de Jesus não termina com a morte na cruz, ressuscitado prossegue sua missão de educar e alimentar seus discípulos na caminhada para casa do Pai.
Diante das dificuldades os discípulos reencontram Jesus, mas Jesus avança para as águas mais profundas no processo de revelação do rosto amigo do Pai. Ele avança não para se afastar de seus discípulos, mas para dar aos discípulos maior compreensão do Mistério do Reino, mostrando assim que o Reino chegou para os que crêem no Filho de Deus.
Na estrada de Emaús se dá o encontro, aonde o Mestre vem ao encontro dos discípulos, escuta-os, ali exerce o ministério da escuta, da Palavra. Acolhe o convite, entra na casa e ceia com os amigos. Deste encontro surge nova vida, conversão e mudança de estratégia, pois a Palavra encontrou eco no coração devolvendo os a esperança, a alegria de viver em comunidade.
É com Ele que o catequista aprende a ler as Escrituras à luz da realidade e a ler a realidade à luz da Revelação que da vida ao mundo.
Na escuta da Palavra, na experiência da caminhada e da partilha, com os olhos voltado para o mestre, que se fez amigo, o catequista vive a vida de discípulo Missionário do Reino e nele e com ele testemunha e anuncia Reino.
Não basta conhecer Jesus, é preciso deixar que Ele nos encontre e nos revele sua proposta, de nossa parte cabe responder com o coração e com vida o que Ele nos fala pelo caminho.
                     FRUTO DA PREGAÇÃO DE JESUS

A Igreja é a Comunidade dos que reconhece Jesus como Filho querido de Deus, para esta comunidade os evangelhos revelam quem é Jesus e qual é a sua missão.
A missão da comunidade é fazer memória da pessoa e ação de Jesus.
Os catequistas mais do que educadores na fé, são discípulos escolhidos pelo Mestre e destinados como comunidade que acolhe, vivem e transmite a Boa Notícia do Reino.

sábado, 25 de outubro de 2014

Amanhã, domingo, 26 de outubro de 2014, vamos exercer nossa cidadania, escolhendo uma pessoa para presidente da Republica. Tenho certeza que será um dia de festa, um domingo que vai ficar na História.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014



MARIA E A EUCARISTIA NA VIDA DA COMUNIDADE
Mulher, eis o teu filho. Eis a tua Mãe (Jo 19, 26.27)

Que Maria é Mãe de Jesus não é dúvida para ninguém, que Jesus no alto da cruz tenha entregado sua mãe como mãe do discípulo amado, também, o cristão encontra confirmação mo Evangelho. Ela é exemplo e mestra na arte de escutar a Palavra de Deus. Escuta, medita e responde colocando sua vida e todo o seu ser à disposição de Deus para que o projeto de salvação seja comunicado, conhecido e aceito.
“A presença da Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, é importante. É a discípula, cheia de fé, e modelo no seguimento de Jesus. Sua fé foi dom, abertura, resposta e fidelidade". (DNC 104).
“A devoção à Mãe de Jesus e aos santos será visto no contexto do seguimento de Jesus Cristo e confiança no Pai” DNC 131. A devoção a Maria, Mãe do Senhor aproxima o cristão da pessoa de Jesus Cristo, por que Maria é encontrada junto e na Comunidade do discipulado, dos seguidores de Jesus (cf. At 1,12-14)
Maria acolhe a Palavra de Deus, torna-se Mãe e educadora do Filho querido do Pai, sua Missão, sua vocação especifica é colaborar com o plano salvador do Divino Pai Eterno. Abrindo se ao Plano de Deus, é a primeira abraçar a fé cristã e sua fidelidade dura para sempre.  Maria é a grande missionária, sua primeira visita missionária, nós a encontramos no Evangelho segundo São Lucas (Lc 1,41-45) Tudo ela fez com humildade e ternura em vista dos Méritos de Jesus Cristo. Ela é reveladora do Cristo Senhor. No Documento de Aparecida, a Igreja nos apresenta Maria como aquela que, sem dúvida modelo e caminho seguro de cultivo, da fé, da Comunhão no seguimento de Jesus Cristo (DAP 266-272) Toda esta apresentação enraizada na Palavra de Deus contida na Bíblia.
Em Maria e na Eucaristia se dá o verdadeiro encontro do homem e da mulher com Jesus Cristo. Cf.DAP 251, Ai encontramos o Senhor, renovamos o compromisso de aliança e somos alimentados na vida e na vocação de discípulo Missionário de Jesus Cristo. Aquele que a exemplo de Maria, ouviu, meditou, aceitou a Palavra do Evangelho, a Boa Notícia de Jesus Cristo, é alimentado no banquete eucarístico. A Eucaristia é alimento que sustenta a vida da comunidade, porque mantém viva na vida do Cristão, a pessoa, a memória viva de Jesus Cristo, Maria e a Eucaristia, são para os discípulos dons de Jesus Cristo para que tenhamos a vida em seu nome.
Viver a fé em Maria como, Mãe de Deus, Mãe da Igreja e a fé na Eucaristia como lugar de encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo nos desafiam a acolher o Evangelho em todas suas dimensões e a fazer os caminhos de Jesus Cristo na intimidade com o Pai.
   
Ó Deus de bondade, vosso Filho nos deu Maria como Mãe e se fez para nós, Pão da vida Eterna. Dai-nos a graça de corresponder em nossa vida o gesto de amor de Vosso amado Filho, ouvindo e acolhendo vossa Palavra na Bíblia, na vida da Igreja e no Mistério da Eucaristia. É o que vos pedimos Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém